segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Conversa de pedra

Imagem de Maury Perseval



Um poema retirado de um lugar que visito com regularidade sequiosa: a poesia de Daniel Faria. Um post que parece 'dialogar' bem com o post da Carla de Elsinore.


(Dizem que ontem)

As mãos eram de granito
Os olhares eram de granito
De granito era a própria pedra

(Trouxeram pedra para o peito do menino)

De granito eram as palavras
Que se trocavam ao preço das moedas

As moedas eram de granito

Aos balcões de granito se comprava
Aos balcões de granito se vendia

Os negócios eram de granito
Os sonhos

(E o granito crescia no menino)


Junto à muralha uma mulher de mão ao vento
Parecia acenar a cada barco
E chamava um nome de menino


(Ontem)

1 comentário:

José Veloso disse...

Bom... muito bom...
Continuarei a bater a esta porta... nem que se transforme em pedra...

Tudo de bom
jv