Uma amiga, jornalista desempregada, recusou um convite para ser assessora de imprensa numa das distritais de um partido. Pensou em aceitar porque precisa de fazer pela vida. Mas o estômago começou a remoer, na hora em que reuniu para acertar os valores da remuneração, e começou a ouvir falar mal de jornalistas que denunciaram situações que envolviam figuras do partido. Nem quis saber se a estrutura partidária aceitava os valores pedidos por ela. Ligou a recusar o convite. E dormiu mais descansada naquela noite. Mais descansada e a sentir que o nome dela estava limpo do lamaçal político que se avizinha. Sabe que pode ter desperdiçado a possibilidade de arranjar um "tacho" no partido ou em alguma autarquia, mas também sabe que iria ser profundamente infeliz a trabalhar no seio da política.
Quando vejo políticos a desfazerem-se em simpatia com os jornalistas que trabalham na área política e, com laivos de má educação, a ignorarem os outros, os que não lhes dão jeito, começo a sentir alguma urticária.E questiono-me sobre quem é que essas figuras da política querem iludir quando soltam larachas como "há falta de ética na vida política" ou" precisamos de ter princípios e valores e darmo-nos ao respeito, para sermos respeitados". É que não há paciência para discursos de embalar bebés. Principalmente quando, diante de 100 jovens com ambições políticas, tanto defendem a ética como, logo de seguida, anuem com o recurso à "cunha". Porreiro, pá.
Quando vejo políticos a desfazerem-se em simpatia com os jornalistas que trabalham na área política e, com laivos de má educação, a ignorarem os outros, os que não lhes dão jeito, começo a sentir alguma urticária.E questiono-me sobre quem é que essas figuras da política querem iludir quando soltam larachas como "há falta de ética na vida política" ou" precisamos de ter princípios e valores e darmo-nos ao respeito, para sermos respeitados". É que não há paciência para discursos de embalar bebés. Principalmente quando, diante de 100 jovens com ambições políticas, tanto defendem a ética como, logo de seguida, anuem com o recurso à "cunha". Porreiro, pá.
Eu cá prefiro ouvir Gay Talese.
(Podem chamar-me lírica, que não me importo)
4 comentários:
somos dois, R., e olha que em nove meses de desempregado, como os que vivi, passam muita coisa pela cabeça.
o teu blogue é viciante
http://adevidacomedia.wordpress.com/
Folgo que ainda haja jornalistas que pensem e ajam assim. Os meus parabéns para si e para a sua colega!...
Também já fui jornalista e sei muito bem do que a casa gasta...
Não vender a alma...Recentemente tive de recusar fazer privada para não vender a minha...
Um beijo!
PS- Lírica...hum...isso é o que te torna quem és...:)
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