Negro Exterior, de Helena Almeida
Estou dentro de Dezembro e não queria. Queria-me lá à frente, a pisar o princípio da continuidade. Não gosto deste mês de finais. Não consigo vendar a memória com a euforia natalícia. Sinto-me luz enfiada num negro exterior.
Atravesso Dezembro expectante, com um peso no peito [o eco de vários natais, ais, ais, passados]. O lado emocional irrompe como granito que atravessa a carne. A mão estica-se até tocar o rosto de Janeiro.
Hei-de apaziguar-me com Dezembro.
2 comentários:
No meu ponto de vista ...provavelmente o teu melhor post...gostei imenso..beijinhos
Dezembro é o meu mês de amor/ódio. Dual que sou. Que gosto de dizer que sou.
Belíssimo texto.
:)
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