sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Depois de anoitecer














Espelho, espelho. Mora em mim uma Céline...

Fui a Céline de «Antes de Amanhecer», nos anos 90, sem InterRail, com viagens interiores intermináveis. Sinto-me a Céline de «Antes do Anoitecer», à beira de uns quantos desencantos, com olhar condescendente, apesar. Em nove anos, as personagens 'adulteceram'. A lucidez estilhaçou algumas ilusões românticas, mas a conversa, sempre a conversa.

Sou emotiva, sismógrafo de carne e alma, como Céline. Um corpo não me basta. Lugares comuns não me bastam. O amor é um lugar, incomum, feito de estímulo intelectual e abraço. A conversa, sempre a conversa, a pedir a quebra das fronteiras de pele. Sedução. Inteligência. Sensibilidade.

Preciso de ideias a circular de cá para lá, de lá para cá. Tudo misturado, com o coração descompassado pelo meio. Sempre no meio, uma ponte em arritmia, dois corpos. São sempre dois, cheios de gente dentro. Polinização.

Emotiva me confesso. Mas, como me disse uma amiga, talvez seja também mais racional do que julgo. Com isto não sei se me revelo mais do que me oculto.

E depois de anoitecer, quanta claridade?



2 comentários:

Ice-device disse...

é sem dúvida um filme maravilhoso. Mais maravilhosa ainda é a sequela, feita 10 anos depois, com os mesmos dois personagens e actores. E o final feliz para duas almas que não se quiseram encontrar à primeira.

José Veloso disse...

que bom que tenhas colocado este post...
Já há algum tempo que me ando a tentar recordar do nome do filme... e nada... agora que te via através de Elsinore... Iupis... Iupis...
Grazzie... Grazzie...