terça-feira, 14 de outubro de 2008

Bulimia radical



A vulnerabilidade masculina filmada pelo olhar perspicaz de Stanley Kubrick, em «Lolita» (1962). A obsessão sexual a despir Humbert de roupa, pele, ossos. Um homem a pintar as unhas dos pés de uma criança, para alimentar o próprio desejo. A alma de joelhos. Bonjour tristesse.
A Agustina, que é uma lúcida radical, tinha de ser convocada para este post.
« A Lolita (...) só pode aparecer nesse campo Kitsch que é a família de ocasião em que a mãe é divorciada e o pai está em lugar incerto. Ela cresce para o sexo como se isso fosse um tipo de alimentação. Não distingue entre meter a mão nas calças de um rapaz, de a meter no açucareiro. É uma bulímica radical». (Agustina Bessa-Luís, in Jóia de Família)

1 comentário:

Anónimo disse...

É muito interessante esta observação de Augustina. A ligação à cena do filme ilustrada nesta imagem é de facto muito pertinente