segunda-feira, 19 de abril de 2010

i não é que era fruta a mais?

Nada, mas nadinha disto me surpreende. Infelizmente.

Só quem não conhecer como funcionam, há anos, os títulos de imprensa regional, detidos pela Sojormedia, é que pode esboçar algum espanto.

Para este grupo económico que cresceu entre andaimes e cimento, os jornais regionais afiguraram-se como cavalos de Tróia que lhes permitiram ir estreitando contactos com o tecido empresarial e com o poder político de várias regiões, e isto naturalmente terá trazido proveito a outras áreas de negócio do grupo. Os jornalistas, para a Sojormedia, são uma chatice, uma despesa - é que nem disfarçam que é uma maçada os jornais não viverem apenas de anúncios de publicidade.

Para culminar, o Grupo Lena decidiu abrir os cordões à bolsa e investir 10,4 milhões de euros num jornal nacional. Eis, a cereja em cima do bolo, o apogeu do prestígio, a chegada à capital, o aproximar do centro de decisões do país. O peito ufano.

Mas o pedido de sacrifícios à equipa do i - que inclui cortes na despesa na fruta - viria mais cedo ou mais tarde. Nada a que os jornais regionais do grupo não estejam habituados, silenciosamente. Longe da atenção dos outros media e do Sindicato de Jornalistas.