«O título do livro pensara nele enquanto olhava fixamente para a montra de uma pastelaria cheia de porquinhos de maçapão. Há já algum tempo que eu andava interessada na questão do canibalismo simbólico.Na altura, eram os bolos de casamento, encimados pelos seus noivos de açúcar, que muito em particular me fascinavam», Margaret Atwood
domingo, 6 de setembro de 2009
Uma questão de perfume
- Ó mimi, quando é que me arranjas um padrinho?
- Ó Dinis, um padrinho não se arranja assim de repente...
- Para arranjares um namorado, fazes isto: despejas um frasco de perfume em ti. Depois vais ter com ele. Ele desmaia, pegas nele e espetas-lhe um beijo.
- E devo ser eu a espetar-lhe um beijo? Não espero que seja ele a dar-mo?
- Ó mimi, os rapazes são tímidos!
- E as raparigas não são?
- Os rapazes são mais tímidos!
- E com o beijo resolvia-se tudo?
- Depois, faziam amizade, combinavam um jantar. Depois, trazia-lo para casa, sem a tua mãe saber, e dizias-lhe: Quero namorar contigo.
- E achas que ele iria dizer logo que sim?
- Se disser que não, dás-lhe uma chapada na cara. Mas achas que ele não vai aceitar?! Só tens de deitar o frasco todo de perfume.
(Diálogo entre a mulher comestível e o Dinis, de 9 anos)
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4 comentários:
Gostei especialmente da parte da chapada! Criança esperta!!
Mimi...
Começas a ser questionada...Logo pelo Dinis...
Só que o Perfume é coisa séria...pode atravessar a pele.
Padrinho rima com carinho e com caminho...
já despejaste, espera-se ;)
Numa coisa o teu afilhado Dinis tem absoluta razão: os rapazes são todos tímidos.
Conversa deliciosa!
:)
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