domingo, 25 de janeiro de 2009

Marcas do vazio


«E que fresco e feliz horror o de não haver ali ninguém! Nem nós, que por ali íamos, ali estávamos...Porque nós não éramos ninguém. Nem mesmo éramos coisa alguma. Não tinhamos vida que a Morte precisasse para matar. Éramos tão ténues e rasteirinhos que o vento do decorrer nos deixara inúteis e a hora passava por nós acariciando-nos como uma brisa pelo cimo de uma palmeira.»


[Fernando Pessoa, in Livro do Desassossego]

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