terça-feira, 4 de novembro de 2008

Quem disse que no jornalismo era diferente?

«O mecanismo da "cunha", ou seja, o recurso a conhecimentos que se têm com pessoas dentro da profissão, "é o modo de acesso mais frequente" à carreira de jornalista» (Público, 04/11/2008)

Nãaaaaaaaao, isso é só má língua. É coisa de quem anda demasiado atento ao meio jornalístico (como os investigadores do ISCTE), coisa de quem não tem distracções na vida.

Para quem não quiser andar distraído em relação à profissão, pode ler a edição n.12/Primavera 2008 da Trajectos - Revista de Comunicação, Cultura e Educação. Na publicação são apresentados alguns dados relativos ao estudo sobre o perfil sociológico dos jornalistas portugueses, com coordenação do investigador José Rebelo, do ISCTE.
Destaco dois aspectos interligados, um quantitativo, outro qualitativo. Primeiro: em duas décadas, o número de jornalistas sextuplicou (de 1987 a 2006, os jornalistas com carteira profissional passaram de 1281 para 7402). Segundo: verificou-se uma feminização, rejuvenescimento e aumento do nível de escolaridade (60,3% tem formação superior). A precariedade no trabalho veio a reboque.

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