domingo, 21 de setembro de 2008

Significâncias VI


Este bombom, de roupagem calorosa, veio parar às minhas mãos num dia de chuva, há uns bons anos. Aliás, só o tenho por causa da chuva. Havia um problema (que era a chuva) e afigurei-me como a solução (dotada de guarda-chuva). À saída do campus universitário, um desconhecido, tão estudante como eu, pediu-me "boleia" até ao automóvel. Chapéu que abriga uma cabeça, abriga duas...e lá fomos os dois, por instantes, em sintonia de passos. Ao chegarmos ao carro, ele tira da algibeira o bombom e dá-mo como forma de agradecimento. Não fixei o rosto dele. Ficou o gesto, arrumado num pequeno baú de madeira.

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