Está sol, as janelas abertas, tal como aberto quero o sorriso. Tenho carência de luz, de dias de sol, mais primaveris que tórridos. Hoje apetece-me sorrir. Gosto de mim assim, aparvalhada a olhar para um dia de sol, a ouvir a irrequietude dos passarinhos e dos miúdos na escola. Gosto de mim assim, a escrever coisas profundamente sensaboronas.
Quando o dia entrou em mim, lembrei-me logo deste poema:
«Claro que se tem medo que alguém nos entre pelos olhos.
Mas podes arder. Para a tua temperatura sou mercúrio,
linhas de mão, lábio e sopro. Atravesso-te porque me atravessas
e onde somos corsários rendemo-nos ao encanto da
devolução.
Tu e eu à porta de um lugar que vai fechar tudo numa árvore.
Aqui onde os minutos são a rua em que nos sentamos toda
a tarde à espera do silêncio, onde o teu corpo pesa a
medida exacta do meu desejo.
Sou um animal. Necessito diariamente da transfusão de uma
enorme quantidade de calor. Tocas-me?»
[ Vasco Gato ]
Mas podes arder. Para a tua temperatura sou mercúrio,
linhas de mão, lábio e sopro. Atravesso-te porque me atravessas
e onde somos corsários rendemo-nos ao encanto da
devolução.
Tu e eu à porta de um lugar que vai fechar tudo numa árvore.
Aqui onde os minutos são a rua em que nos sentamos toda
a tarde à espera do silêncio, onde o teu corpo pesa a
medida exacta do meu desejo.
Sou um animal. Necessito diariamente da transfusão de uma
enorme quantidade de calor. Tocas-me?»
[ Vasco Gato ]
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