Eva Green, no filme «Os Sonhadores», de Bernardo Bertolucci
«O que me atrai na mulher é a subtileza para as coisas difíceis de pensar. Dou aulas a turmas onde 80 por cento são mulheres, tenho a sorte de estar sempre a a ver raparigas muito inteligentes na condição de anjos que querem voar o máximo. Sei que estou a ficar viciado nisso, mas o que mais me exalta numa mulher é essa capacidade de pensar filosoficamente. Não consigo namorar com uma pessoa que não seja de Filosofia, por mais bonita que seja. Já fiz algumas experiências, todas elas terríveis, catástrofes.
O máximo do erotismo é ver uma mulher pensar comigo, ler um texto que eu conheça e levar-me a descobrir coisas. Quando pensamos, estabelece-se esse lugar de ressonância que tem como contraponto dois corpos assimétricos, condenados a ser incognoscíveis um para o outro. A mulher coloca-se no espaço do masculino, o espaço do pensamento, onde não deixa de ser mulher no plano do corpo e isto tem uma forte dimensão erótica, de toque e de confusão das peles».
[Excerto de texto de Ana Sousa Dias, a partir de conversa com Nuno Nabais, professor de Filosofia, na rubrica «O que sei sobre as mulheres», na Pública de 15.02.09]
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